10.07.2019
Os rumos do mercado imobiliário para o segundo semestre de 2019
Se, em um panorama geral, a economia brasileira não tem superado todas as expectativas para este ano, determinados setores acabam de fechar o primeiro semestre com uma crescente de números que tornam ainda mais otimistas as projeções para a segunda metade de 2019. Esse é o caso do mercado imobiliário que vivencia uma grande busca e comercialização de lançamentos e se beneficia com os efeitos da inflação abaixo da meta, das menores taxas de juros e do encaminhamento de pautas importantes no âmbito político.
Uma maior confiança do público, que já era esperada para este ano, vem se confirmando na medida em que a comercialização de novas unidades tem acompanhado o ritmo dos lançamentos imobiliários. Conforme dados da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a nível nacional, o número de unidades lançadas subiu 11,7% somente nos quatro primeiros meses deste ano, se comparado ao mesmo período de 2018. Já as vendas líquidas ultrapassam os 12% de aumento. Uma realidade não muito diferente da nossa cidade, que em pouco mais de 30 dias registrou a comercialização de 75% de um único empreendimento residencial, refletindo uma maior segurança financeira por parte dos clientes.
Não por acaso, acompanhamos a aquisição de imóveis voltando a ser prioridade ao mesmo tempo em que a inflação se mantém em baixa. Além de proporcionar maior tranquilidade para a grande parcela de clientes que pretendem assumir um financiamento de longo prazo, esse é um fator que incentiva muito a redução das taxas de juros por parte das instituições financeiras. O anúncio mais recente veio através do Santander que durante 60 dias trabalhará com taxas reduzidas nas modalidades do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Medida talvez incitada pelas reduções anunciadas no último mês pela Caixa, que beneficiam tanto clientes quanto não clientes. Nestes últimos ajustes, a taxa mais alta para não correntistas da Caixa caiu de 11% para 9,75% ao ano, enquanto a taxa cobrada de seus clientes recuou de 8,75% ao ano para 8,50%.
Mas para além dos números, o cenário positivo e otimista também leva em consideração a intensa movimentação política. Após uma transição governamental importante, a aprovação de pautas necessárias para um melhor equilíbrio fiscal são ansiosamente aguardadas, como é o caso da Reforma da Previdência que ainda tramita na Câmara. Para empresários do setor, esse é um dos passos mais importantes para que a economia possa recuperar o fôlego com mais força ainda neste ano.
Além disso, a sinalização de uma reformulação no programa de habitação popular, incluindo ajustes no Programa Minha Casa Minha Vida, atentam para uma ampliação do benefício. Com a intenção de atender desde famílias de baixíssima até média renda, o governo analisa, entre outras coisas, a oferta de condições mais flexíveis e a criação de parcerias público-privadas para empreendimentos.
Passo Fundo, que historicamente se destaca pelo protagonismo no mercado imobiliário, também sente os reflexos do bom momento. Os projetos previstos para o primeiro semestre foram consolidados com sucesso. Já aqueles projetados para o segundo semestre, começam a tomar forma e devem ser ofertados ao mercado a partir dos próximos dias. Após três anos de sua última edição e com todos os seus estandes já comercializados, a Construmóveis volta a ser realizada este ano, como símbolo da retomada e otimismo do segmento da construção civil na cidade.