Passo Fundo e o preço dos aluguéis

Não à toa, a locação de imóveis é um ponto muito forte de Passo Fundo. A cidade que hoje é polo de saúde e educação, ainda é terra de passagem, não mais de tropeiros, como remonta sua história, mas de muitos que encontram por aqui grandes oportunidades de crescimento. Naturalmente, todo este potencial acaba movimentando os negócios locais e valorizando também o mercado imobiliário que todos os anos atende um grande número cada vez maior de estudantes e trabalhadores à procura por moradia. Só no mês de janeiro o número de locações na Bortolini Imóveis aumentou em 30% se comparado ao mesmo período do ano passado. Foram mais de 200 locações registradas pela nossa equipe, na grande maioria envolvendo imóveis de 1 ou 2 dormitórios, mobiliados ou semimobiliados, localizados na região central da cidade. 

A partir disso começamos a entender melhor o motivo pelo qual o preço dos aluguéis de Passo Fundo é tão semelhante ao praticado nas capitais. Por aqui temos demanda, valorização e liquidez. A soma de todos esses fatores faz com que os preços realmente sejam maiores em relação a outras cidades que talvez não tenham tanta uma movimentação econômica quanto Passo Fundo. Nossa cidade respira negócio. Está entre as 10 que mais contribuem com o PIB gaúcho, ocupando o 8º lugar no ranking geral e o 4º na prestação de serviço. Toda essa força consequentemente vai refletir na vida das pessoas, positivamente ou nem tanto, a depender do contexto de cada um. 

Parece evidente, mas sempre é bom lembrar que o preço dos aluguéis parte da totalidade do mercado e não somente do praticado por uma ou outra imobiliária. São muitos fatores que determinam o preço cobrado pelo metro quadrado, inclusive a média do aluguel de imóveis semelhantes, por exemplo, em infraestrutura e localização. Qualquer dissonância na precificação pode causar um desequilíbrio no mercado e prejuízos para proprietários ou inquilinos. Recentemente, o aumento do IGPM, índice utilizado no reajuste de aluguéis, precisou ser gerenciado pelas imobiliárias justamente para que não houvesse essa disparidade. O reajuste de imóveis que já estavam dentro do valor de mercado teve de ser contido com a utilização de outro indicador, enquanto aluguéis com o preço defasado puderam se adequar ao praticado no mercado atual. 

Para este ano, a expectativa é de que o preço dos aluguéis não sofra grandes oscilações por aqui. Na primeira apuração do FipeZAP+ realizada neste ano, Porto Alegre apresenta a menor variação no preço dos imóveis (+0,10%), ao mesmo tempo em que Goiânia lidera na porcentagem de aumento (+2,02%), dentre as 16 capitais analisadas pelo índice. Ainda que a pesquisa não corresponda especificamente a Passo Fundo, a análise pode ser considerada um bom parâmetro para projetar o cenário local, tendo em vista o perfil socioeconômico da cidade. O mesmo indicador também demonstra um aumento no preço dos imóveis comerciais que está diretamente ligado à recuperação do segmento. 

Após alguns meses com baixa procura, já conseguimos identificar um maior interesse por salas e conjuntos comerciais. O principal motivo é a retomada da confiança por parte dos pequenos empreendedores e de profissionais liberais que estão conseguindo se recuperar dos efeitos da pandemia e, por consequência, se sentem mais seguros para voltar a investir em seus próprios negócios. Um movimento que vem aumentando mês a mês e chama a atenção de investidores que pretendem, nos próximos meses, adquirir imóveis com esse perfil.

Podemos dizer, então, que apesar das turbulências que eventualmente mexem com a realidade econômica, o mercado imobiliário de Passo Fundo se mostra sempre muito forte e resiliente. Um diferencial que chama a atenção não só de seus moradores, mas também daqueles que observam de fora, atentos às oportunidades que a cidade oferece.